A democracia das massas chegou a Castanhal na década de 1970, com eleição baseada em movimentos de massa, partidos políticos de massa, comunicação de massa. Hoje essa “massificação” tende a se espatifar diante de uma Nova Cultura. Os recursos sociais se tornaram heterogêneos. Não se trata apenas de comunidades e clubes, mas de ativismo ecológico, movimentos de fé, juventude organizada, tendências sexuais esdrúxulas, controle da informação, identificação classista, consciência étnica aguçada. A “desmassificação” vai atender às exigências culturais diversificadas. Assim como a economia está cada vez mais voltada para nichos, células, micromercados, os políticos são bombardeados por exigências cada vez mais diversas. Hoje o consenso de massa está cada vez mais difícil de obter. Caminhamos para a extrema complexidade política e cultural. As análises, desenvolvidas neste livro, se prestam para constatar que, para a evolução do setor cultural de Castanhal, é preciso desmantelar a antiga estrutura e instalar, dentro desta “carcaça”, uma gestão participativa. Não será preciso o controle dos aparelhos de governo, mas sim, como resultado de um processo histórico, a inserção imperiosa de maior autonomia aos artistas no processo cultural.
