A polícia da memória

Vai chegar o dia em que não vou mais poder ir aí levar sua comida!

— Nada disso! Eu pegarei você no colo. Como uma princesa.

“Pessoas que queimam livros, um dia queimarão pessoas.”

Mentir é um exercício que me acalma.

O meu coração não esquece nada.

mas nunca deixei de pensar que o J e o M precisavam de um conserto.

Não conseguimos preencher esses vazios com outras coisas; a ilha está se tornando um lugar cheio de vãos. Um lugar oco, poroso. Um belo dia, vai derreter e sumir sem deixar traço.

Depois de algum tempo, percebi que, por mais que andasse por ali, observasse os espinhos, folhas e galhos, me esforçasse por ler as plaquinhas explicando as variedades de flores, eu já não me lembrava da aparência de uma rosa.

A higiene é necessária para prevenir doenças, e sonhar é necessário para consolar o coração.

E se as palavras desaparecerem, o que será de nós?