Gaia é a Deusa-Terra, a mãe de tudo que nasce, cresce, morre e… torna a nascer no universo. Isso, para os antigos gregos. Mas Gaia também pode ser uma princesa, dessas que vivem em palácio, num reino distante, no qual a grande mágica é que ninguém precisa crescer. E Gaia pode ser também uma menina, com seu jardim encantado e sementes falantes. Uma menina feliz da vida de ser criança e com medo de se tornar igual à mãe — cheia de dores de cabeça, maus humores e contas para pagar — quando crescer. Daí, Gaia resolve: virar adulto para quê?… E taí uma pergunta danada de boa, que nem para adulto é fácil de responder. Será que as pessoas viram gente grande para largar a mágica e as brincadeiras de lado, e ir cuidar de coisa séria? Puxa, que legal, hem? Grande negócio! Ou tem jeito de crescer sem perder a graça? Crescer e continuar inventando brincadeira? Crescer e sentir sempre a mágica do mundo? Água, Gaia, fogo e ar é essa narrativa afetuosa, de Anna Claudia Ramos, com cores de feitiço, sobre crescer, viver… e curtir viver.
Luiz Antonio Aguiar