No conto "A senhora do Galvão", Machado de Assis retoma um tema recorrente da literatura de costumes do século XIX: cartas anônimas que provocam escândalos. Maria Olímpia, esposa do advogado Eduardo Galvão, recebe uma dessas cartas, denunciando um possível adultério — e a suposta amante seria uma de suas amigas mais íntimas. A partir daí, o que se desenrola é menos a busca pela verdade e mais o reflexo de egos feridos, jogos sociais e julgamentos silenciosos. Com sua ironia refinada, Machado constrói uma crítica precisa às aparências e fragilidades da moral burguesa.
